25.4.13

As long as you love me: Capitulo 1 - Sonho.

Quando a olhei pela primeira vez percebi que você era tudo que eu precisava pra vida inteira — JB.

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Alice on*


Suspirei alto olhando o campo de futebol. Eu nunca entendi muito de esportes, mas Lola insistiu tanto que acabei aceitando sair a noite junto com Ela, Ryan, Lisa, Chris e Chaz.

- Quer alguma coisa? - Ele sorriu com seus dentes perfeitamente alinhados e brancos.
- Estou com fome. – Lola fez beicinho.
- Vou buscar um lanche, mi hermosa. – Chaz sorriu.


Claro que é exatamente assim que eu gostaria de passar a noite, eu, minha melhor amiga e seu namorado que fala espanhol Ryan, a lisa toda hora tentando dar  em cima do Chris, e o Chris toda hora com um espelho na mão e Chaz como sempre zuando, para ver os jogos de outono da turma de Educação Física. Alguém, por favor, me lembre de agradecer a Lola pela fantástica ideia depois!

- Não me olhe com essa cara, Baby. – Ela arregalou os olhos esmeraldas para mim, assim que Ryan saiu. – Aliás, não olhe com essa cara para ninguém, seu bico parece uma tromba de elefante, Angie, credo!
- Ah, como se você estivesse interessada na minha cara, hermosa. - Deixei que a última palavra se arrastasse nos meus lábios. Lola revirou os olhos.
- Olha, eu acho que vou voltar pra sala. – Conclui.
- Tudo bem, depois não reclame que nunca terá uma vida social, gata. – Disse Chris deixando por um tempo o espelho para me olhar.
- Depois você me conta quem ganhou o jogo, Lisa! . - Respondi já me levantando e a encarando.
- Sim sim, falo, é claro.. até mais. – Ela disse divertida, eu deixei um sorriso escapar pelo canto dos lábios.



Pendurei a mochila nos ombros e segui meu caminho pela arquibancada lotada, tentando desviar das pessoas sentadas, falhando e tropeçando nelas, ouvindo um coro de ofensas e risadinhas enquanto eu murmurava pedidos de desculpas.

Eu estava quase na saída quando mudei o caminho. Lola  e Lisa eram loucas, mas ainda eram minhas melhores amigas. Quero dizer, eu não tive outra opção. Quando vi um garoto se esgueirar para debaixo da arquibancada eu tive de ir dar uma espiada. E não foi o meu vício de querer analisar todo mundo, como a típica caloura. Que me fez concluir que ele estava nervoso.

Me escondi atrás de um pilar enquanto observava ele caminhar até outra pessoa. Para minha surpresa, não era outra garota, e sim outro garoto. Meus olhos se arregalaram quando percebi que além dos dois, havia também um homem. Um homem que aparentava estar nos seus 30 e poucos anos, com a barba mal feita, o cabelo mal cortado, os pulsos e as pernas amarradas e um filete de sangue escorrendo em sua boca.


- Finalmente, Justin! Achei que ai ter de fazer tudo sozinho. – O outro garoto exclamou.
- Eu vim assim que pude, cara. – respondeu.
- Ele não poupou os anjos que pecaram... Mas os atirou aos abismos tenebrosos do inferno... Onde os reserva para o julgamento – O homem sussurrou. – Tanto tempo, se passou e vocês ainda acreditam nessas histórias? – Uma risada débil ecoou. Se não fosse todo o barulho do jogo, até Lola teria sido capaz de ouvir.
- Ah Azazel, você não sabe como eu senti falta desse seu senso de humor. –  O amigo do garoto, ironizou.
- Aposto dez pratas que esse pícaro não vai rir tanto assim quando voltar pro buraco de onde ele veio. – O garoto respondeu.
- Isso ele vai descobrir logo. – Justin sorriu enquanto tirava uma garrafa de água do bolso interno da sua jaqueta de couro preto. - Mande lembranças para Lúcifer. – Azazel, o homem, apertou os lábios de dor quando a água o atingiu, uma fina fumaça esbranquiçada saiu de sua pele.


Então eles começaram rosnar palavras em outra língua. Latim, conclui me lembrando dos livros de Lisa, estudante de Letras.
No meio daquela oração, Azazel começou a se contorcer de forma inumana. Os pulsos começaram a sangrar devido ao atrito que seus movimentos faziam contra as cordas. Sua cabeça tombava para trás enquanto urros saiam de sua garganta. Bruscamente, ele parou. No mesmo instante em que as falas deles cessaram. O corpo do homem estava inerte no chão.


- O vassalo? –  um deles perguntou. o outro se aproximou e colocou as pontas dos dedos na garganta do homem.
- Morto. – Declarou.

Minha mão correu até minha boca, na intenção de abafar um grito assustado que escapava pelos meus lábios. Tarde demais, no silêncio que reinou pós a declaração do óbito, meu murmúrio desesperado foi notado.

- O faz aqui garota? - um garoto com cabelos escuros me encarou.
- Você trouxe plateia, Justin? – Justin arqueou as sobrancelhas.

Antes que pudesse ver ou ouvir qualquer outra coisa, deixei que meus pés corressem trôpegos. Eles haviam matado aquele homem. Eram assassinos. Eu precisava achar meus amigos, sair correndo dali como se minha vida dependesse disso. E, talvez, realmente dependesse. Desesperada meus pés falharam e eu tive de frear minha queda com as mãos. Senti um ardor intenso quando as palmas colidiram com o chão, mas me forcei a ignorar a dor. Assim que sai do esconderijo deles, me vi cercada pela multidão. O jogo havia acabado e os grupos de adolescentes escandalosos estavam por todos os lugares. Puxei o celular da mochila e digitei os números que havia decorado há séculos. Lola atendeu no segundo toque.

(on)

- Onde vocês estam? – Perguntei.
- Calma, Baby! – Ela exclamou. – Depois que você foi embora, Ryan voltou e disse que precisava ir, eu resolvi voltar mais cedo também. Então, aqui estou eu com um pote de sorvete , Lisa e os garotos e com o Johnny Depp no DVD.
- Você está no nosso quarto?
- Sim. Angela, o que aconteceu? – Lola disse séria.
- Tudo bem, não saia daí que eu estou a caminho, ok?
- Ok. – Lola respondeu. Eu desliguei o telefone e corri até o estacionamento da faculdade.
(of)

Pulei dentro do meu carrinho Golfe preto e tranquei a porta desesperadamente, depois de puxar o cinto de segurança, tentei, com as mãos trêmulas e machucadas, por a chave na ignição, acertando apenas na terceira vez.  ( Sim, tinha que ir de carrinho de golfe pois o campus erá enorme )


- Acho que você não devia dirigir nesse estado. – Uma voz masculina e melodiosa ecoou atrás de mim. Dei um pulo que quase me fez bater a cabeça no teto quando vi aquele par de olhos azuis em meu retrovisor.
- Você invadiu meu carro. – Sussurrei.
- Você meio que invadiu minha privacidade. – Ele deu de ombros.


Minhas mãos tatearam tentando soltar o cinto de segurança.

- Calma. – Ele disse se inclinando para frente. – Eu não vou te fazer mal nenhum.

Eu deixei meu olhar se encontrar com o dele. Seus olhos eram de um azul do mesmo tom do mar. Capaz de puxar qualquer um para dentro, capaz de me fazer querer ser puxada. Morrer afogada ali.

- Meu nome é Justin. – Ele sorriu e me estendeu a mão, me convidando para um aperto. Eu o fitei cética.
- Tudo bem, talvez eu esteja me precipitando um pouco. – Ele riu. – Angela, não é? Amiga da Lola e Lisa. – Assenti em afirmação com a cabeça.
- Então Angela, você ficou com muito medo hoje não foi?  - assenti denovo com a cabeça.- Acho que você teve uma impressão errada sobre mim hoje. – Ele murmurou de forma doce.
- V-vocês... –  gaguejei tentando encontrar a minha voz. – Vocês mataram aquele homem. – Declarei.
- Uma impressão errada sobre isso.
- Uma impressão errada? Ele caiu duro no chão feito uma pedra depois que vocês o amarraram e... – Eu não consegui encontrar uma palavra que pudesse descrever o que havia acontecido, porque eu não sabia o que havia acontecido. – Torturaram. – Conclui.
- Não. Quem matou aquele homem foi Azazel quando se apossou do corpo dele, eu e Brad  fizemos Azazel pagar por isso. – A forma como ele disse, tão claro e convicto, fez os pelos da minha nuca se eriçarem.
- Quem é Azazel? – Perguntei, lembrando do momento em que Justin havia chamado o homem por aquele nome estranho.
- Um demônio. Bem famoso até, se você quer saber.



- Ah, eu não quero saber. – Retruquei.
- Não faça perguntas se você não é capaz de ouvir as respostas, Angie. – Justin disse. Eu ri alto. Ri de nervoso, de medo, de empolgação. A razão me dizia que eu estava enlouquecendo, mas algo me fazia querer ser capaz de ouvir as respostas. Na verdade, uma resposta em particular.
- Como você sabe meu apelido?
- Sabendo.

- E quem é você, Justin? – Eu fiz a pergunta pela qual realmente ansiava.
- Eu sou um anjo. – Sua voz soou rouca e baixa, como se ele estivesse me contando o maior segredo do mundo. Eu ri novamente.
- Eu sou um anjo. – Ele continuou como se não tivesse interrompido pela minha gargalhada. – Assim como Brad. Nós trabalhamos juntos, caçando criaturas como Azazel.
- Você é louco. – Declarei.
- A pele dele queimou quando entrou em contato com a água benta, ele morreu com uma oração. Isso não combina com histórias que você conhece?
- Eu não acredito em você. – Subitamente, eu parei de rir.
- Angie, eu não estou te impedindo de sair desse carro. Se você realmente não acreditasse em mim, não estaria mais aqui.
- Esse é o meu carro, que você invadiu, não sei como, já que as portas estavam fechadas, mas se tem alguém que deve de sair daqui, esse alguém é você, Justin.
- Eu consegui entrar aqui porque sou um anjo.
- Essa é sua resposta para tudo?
- Suas perguntas são repetitivas. – Ele deu de ombros. – Eu vou provar para você.

Mais graciosamente do que eu jamais teria sido capaz, Justin pulou para o banco da frente, se esgueirando até chegar ao banco do passageiro. Ele parou e começou a encarar minhas mãos. Com um movimento rápido, tirou os fios negros do seu cabelo que caiam sedutoramente em seus olhos azuis.


- Oque você ta fazendo?
- Nada. Deixe-me ver isso – Ele disse, já pegando minhas mãos raladas e sujas. – Você é um tanto desastrada, não é? – Ele sorriu. Justin passou a ponta fina de seus dedos nos ferimentos de minhas mãos, para minha surpresa, os ralados cicatrizaram. Como mágica, bem na frente dos meus olhos.



- Como? Isso é alguma pegadinha não é? - ri tentando entender oque tinha acontecido.

- Eu sou um anjo. Um guardião. Você se lembra do que Azazel disse em baixo da arquibancada? “Ele não poupou os anjos que pecaram... Mas os atirou aos abismos tenebrosos do inferno...”
- “Onde os reserva para o julgamento” - Completei, lembrando da voz débil do homem.
- Isso é uma passagem bíblica. – Justin continuou. – Digamos que eu sou quem faz a parte do atirar aos abismos tenebrosos do inferno.


Eu realmente estava ficando louca, c-como? - gaguejei em meus pensamentos. - como ele pode ter feito isso? é impossível.


- O que você vai fazer agora? – Perguntei com a voz embargada de emoção.
- Pedir para que você guarde segredo.
- Ou então o que? – Desafiei.
- Eu sei que você vai guardar segredo. – Justin sorriu. Um silêncio pairou sobre nós.
- Eu quero ir para casa. – Murmurei. Ele estava certo, mesmo que eu contasse, ninguém acreditaria. A única coisa que eu poderia ganhar seria uma camisa de força.
- Tudo bem. – Ele concordou, abrindo a porta do carro e saindo.
- Isso acaba aqui? – Perguntei antes que ele fechasse a porta.
- Só se você quiser que acabe. – Ele respondeu.
- Eu ainda tenho pergunt...




Continua?


Então meus amores? continua? sim ou não? eu adorei e você gostou? - tantas perguntas hahahaha

Mais enfim... comentem se quiserem continuação:;;








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